Agile e motivação
De forma geral, a gestão das equipas tem como função “garantir o cumprimento do prazo do projeto, com o contributo de cada indivíduo pertencente à equipa”. Para isto, existe a necessidade de gerir fatores tangíveis e os mais complicados: os intangíveis.
No que diz respeito a fatores tangíveis, os prazos e a gestão do budget são alguns exemplos. E apesar de não serem fáceis de gerir, são pelo menos concretos.
As relações interpessoais quer entre elementos de cada equipa, quer com os clientes – assim como a motivação individual e coletiva – representam desafios complexos e com muitas variáveis que não têm uma fórmula aplicável a todos os indivíduos e projetos.
Segundo um estudo da PwC, os projetos Agile têm uma taxa de sucesso 28% superior aos projetos em que são usadas metodologias mais burocráticas e menos flexíveis.
A motivação não pode ser atribuída aos elementos de uma equipa da mesma forma que as diferentes tasks são. Por esse motivo os elementos focados na gestão devem tentar manter um ambiente com condições que promova a motivação.
As metodologias Agile permitem que os requisitos mudem e evoluam durante as várias iterações, que as equipas se organizem de forma mais independente e promovem a transparência de todo o processo de desenvolvimento. Estas contrastam com a forma de trabalhar em que os projetos são pensados a longo-prazo e com pouca ou nenhuma flexibilidade para mudanças em relação ao plano inicial.
Embora não haja uma ligação direta entre Agile e alterações na motivação dos vários elementos de uma equipa, algumas características influenciam maioritariamente de forma positiva.
Alguns estudos iniciais relativos à implementação de Scrum nas equipas mostram dados acerca de reações negativas à abordagem Agile, em que alguns elementos das equipas em estudo reportavam um aumento de stress devido a toda a visibilidade e responsabilidade (accountability) que isso trouxe.
O Iteration Planning, Retrospective e a Daily Stand-up meetings são cerimónias do Scrum bastante familiares a grande parte dos developers na área de IT. Apesar de terem diferentes funções e timings, todas promovem a transparência entre elementos de equipa: desde que as tarefas são estimadas até ao momento em que se avalia como correu cada iteração. A Daily Stand-upcontribui para a visibilidade geral das tarefas, o seu estado, e se é necessário ou não desbloquear algo. As estimativas feitas durante o Planning ajudam todos a ter noção da urgência e complexidade da tarefa de cada um. Por fim, a Retrospective tem como objetivo aprender e evitar repetir erros das iterações anteriores, mas também realçar o que foi bem feito e evoluir a partir daí.
O facto de haver transparência e visibilidade na distribuição de tarefas, resulta em objetivos mais concretos e claros. Outro fator positivo é a facilidade em obter ajuda para a resolução de problemas na Daily Stand-up, sendo que toda a equipa está reunida. Caso haja dificuldades, há uma grande probabilidade de algum colega poder desbloquear no imediato ou dar uma estimativa de quando vai conseguir ajudar. Com toda a informação disponível e clara, o Scrum Master pode agilizar a resolução de problemas.
É improvável que haja uma metodologia que agrade a todos individualmente, mas as metodologias Agile oferecem efetivamente uma maior flexibilidade, escalabilidade e transparência. As partes responsáveis pela gestão de equipa ganham também com tudo isto pois idealmente todos estão devidamente informados e conscientes do estado do projeto.
Não existem fórmulas perfeitas, com as quais todos concordam. No entanto, as metodologias Agile facilitam a comunicação dentro da equipa e entre equipas. Para a gestão é também mais transparente. Para muitos, a motivação aumenta quando todos têm um objetivo claro e tangível, em que existe também uma equipa disponível para ajudar e em que todos estão cientes do que é necessário alcançar. A transparência e a flexibilidade são fatores que facilitam o dia-a-dia e a resolução de problemas, e tudo isto pode ter impactos bastante positivos na motivação de todos.
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