Rutura entre vida profissional e pessoal é um mito: bem-estar dos colaboradores deve ser um todo
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Em países industrializados passamos a maioria do nosso tempo em espaços interiores. Segundo o instituto de Pesquisa Nacional de Padrões de Atividade Humana (The National Human Activity Pattern Survey) dos Estados Unidos, passamos cerca de 90% de nossas vidas em ambientes fechados, ou seja, aos 40 anos teremos passado 36 anos dentro de quatro paredes. Sendo que Portugal ocupa o 10º lugar entre os países da União Europeia com o contexto laboral mais longo questiono-me quanto tempo passamos nós envolvidos no contexto empresarial. A psicologia ambiental, bem como as neurociências têm vindo a estudar como os espaços afetam o nosso bem-estar físico e emocional. Não só é verdade que os edifícios moldam a nossa saúde como o próprio contexto e ligação às nossas empresas.
Cada vez mais estudos surgem com a bandeira da economia da felicidade, que não é nada mais nada menos do que, quanto mais felizes os trabalhadores estão numa empresa mais produtivos se tornam. Resultados recentes pela Harvard Business Review indicam que somos 31 % mais produtivos quanto mais felizes somos.
É a nossa função dar ferramentas aos nossos talentos para se tornarem mais resilientes em momentos vulneráveis que os fidelizará em contexto de incerteza. As empresas têm que estar atentas à diversidade e assumir que dentro do nosso escritório existe tanta diversidade como a que existe no mundo (ou pelo menos espero eu).
Não existe bem-estar a longo prazo senão pudermos, no nosso local de trabalho, sermos nós próprios e nos expressarmos livremente.
Se existe coisa positiva que a pandemia nos trouxe é podermos desmistificar que não existe a nossa vida profissional e a nossa vida pessoal como se fosse azeite e água. A nossa vida é só uma, claro que com várias dimensões, mas se não pudermos estar inteiros no nosso local de trabalho, dificilmente vamos atingir os níveis de bem-estar desejados. Essa insatisfação vai refletir-se no compromisso com a empresa e na produtividade. Ou seja, a chamada segurança psicológica, o poder expressar as nossas ideias e opiniões, que fomentem e incentivem o podermos “nos partilhar”. Urge educarmos os colaboradores para uma campanha de interdependência em que eu sou responsável pelo bem-estar dos membros da minha equipa e vice-versa.
Há muita vergonha ainda de assumir vulnerabilidades, principalmente no trabalho e por isso, o normal é ignorarmos sintomas associados a esse contexto, que muitas vezes não sabemos o que são ou que não conseguimos identificar. E por isso, é tão importante a identificação externa feita por colegas.
De mãos dadas a estes assuntos está o bem-estar 365 graus, ou seja, bem-estar também das nossas famílias, o nosso contexto pós-laboral.
Sabemos que investir nos colaboradores tem o potencial de ajudar as empresas não só a reter os melhores talentos, numa época que é urgente fazê-lo, mas em última instância porque é muito mais interessante trabalhar numa empresa onde somos todos felizes.
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Rutura entre vida profissional e pessoal é um mito: bem-estar dos colaboradores deve ser um todo
Em países industrializados passamos a maioria do nosso tempo em espaços interiores. Segundo o instituto de Pesquisa Nacional de Padrões de Atividade Humana (The National Human Activity Pattern Survey) dos Estados Unidos, passamos cerca de 90% de nossas vidas em ambientes fechados, ou seja, aos 40 anos teremos passado 36 anos dentro de quatro paredes.
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E o bem que sabe um abraço do meu filho enquanto trabalho
Neste regresso à escola e às creches, um dos assuntos que se coloca é a articulação entre o trabalho dos pais e a escola dos filhos. Quem vai levar e quem vai buscar é o jogo caseiro que se instala entre pais. Eu pela primeira vez na vida estou a passar por esse dilema e não poderia estar mais orgulhoso de estar numa empresa e grupo que olha para este momento paternal de forma natural, respeitadora e compreensiva.