Fazer o bem compensa? A Responsabilidade Social como estratégia de sucesso e vantagem competitiva
As transformações sociais e políticas, o avanço das novas tecnologias, das telecomunicações e dos próprios média aceleraram o fenómeno da globalização – um conceito complexo, com dimensões sociais, culturais e económicas que transformam o mundo numa aldeia global. Deixamos de ser apenas cidadãos de um Estado para passarmos a ser cidadãos do mundo. Os próprios “choques em cadeia” são sentidos muitas vezes por todo o mundo porque consumimos informação e tornamo-nos mais conscientes e reivindicativos.
A Responsabilidade Social não está na moda, nem é um conceito “recente”, como muitos opinam: é apenas uma nova forma de entender as questões referentes às relações humanas, fomentando a importância destas na dinâmica empresarial, de maneira que a organização atinja os seus objetivos estratégicos da forma mais eficiente e eficaz.
Nesta linha de análise, se outrora a Responsabilidade Social teve como objetivo a maximização do lucro como valor absoluto para o bem-estar social, nos dias que correm o objetivo é diferente. Está assente na consciência de um dever com o propósito personalista: centra-se no ser humano como ser insubstituível e na consciência individual e coletiva, construída segundo um sistema de educação para a cidadania.
O capitalismo das empresas foi humanizado através dos objetivos definidos pelo “triple bottom line”, que pode ser designado como a justiça distributiva, a sustentabilidade ecológica e a prosperidade económica.
Responsabilidade Social – dicas de iniciativas internas e externas
De acordo com o Livro Verde apresentado pela Comissão das Comunidades Europeias, a Responsabilidade Social pode ser exercida através de dois níveis: interno e externo.
A nível interno esta pode ser direcionada para a dimensão social, com enfoque nos trabalhadores, no investimento do Capital Humano, na saúde, na segurança e na gestão da mudança. Por outro lado, pode também ser direcionada para a dimensão ambiental, através da adoção de práticas ambientalmente responsáveis, tais como a gestão de recursos naturais explorados no processo de produção de uma empresa.
A nível externo, a atuação é direcionada para a comunidade, com o objetivo de contribuir para a sociedade envolvente. A título de exemplo podemos referir o voluntariado empresarial. É visto como um reforço de cidadania, mais especificamente na procura pelo equilíbrio entre a dimensão social, económica e ambiental, bem como na defesa dos direitos humanos (intimamente ligada às condições de trabalho e aos códigos de conduta que devem ser praticados a todos os níveis de uma cadeia de produção). Para além desta ação, também são realizados patrocínios e donativos para ações de cariz social e/ou ambientais.
Frequentemente a Responsabilidade Social externa é confundida com a Cidadania Corporativa, contudo, tais conceitos distanciam-se a um nível mais restrito. Se por um lado a Cidadania Corporativa está intimamente ligada à Responsabilidade Social, nomeadamente no apoio à participação cívica no envolvimento direto com a comunidade, por outro lado, distancia-se ao concentrar-se nas atividades empresariais.
Por ser um conceito mais utilizado na vida empresarial, os gestores veem a Cidadania Corporativa como uma medida de legitimidade moral e pragmática para as organizações, especialmente em países industrializados. A Cidadania Corporativa designa, assim, as próprias atividades e os processos necessários para que se consiga adotar medidas de RS nas empresas.
Em jeito de conclusão, é possível constatar que, nas últimas décadas, empresas dos mais diversos sectores de atividade têm implementado estratégias para a promoção de práticas de RSC. Os fatores que justificam a implementação de tais práticas podem ser evidenciados a partir das exigências dos novos mercados de trabalho suscitarem a necessidade de um maior enfoque e responsabilidade para com os riscos adjacentes ao mundo empresarial atual. Para além disso, a humanização do trabalho constitui-se como uma das exigências nas sociedades ocidentais, com enfoque no bem-estar biopsicossocial do colaborador. Neste sentido, ser capaz de promover e contribuir para a RSC é assumir um compromisso ético em contribuir para o bem comum.
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