Loucos anos 20? Uma década marcada por diferentes sustentabilidades.
A sustentabilidade é um conceito cada vez mais presente no ADN das empresas, as quais têm vindo a reconhecer progressivamente não só a importância de aconselhar práticas, mas também colocá-las em ação no seio das suas atividades. E se a sustentabilidade ambiental foi o tiro de partida, no decorrer desta década irá verificar-se uma expansão cada vez maior para outros campos como o social e o geográfico.
Quem o diz é o Tiago Machado, Business Manager da team.it, num artigo publicado na Executive Digest, que pode ser lido integralmente abaixo:
A primeira década deste milénio foi marcada por uma forte mensagem de apelo à sustentabilidade ambiental, sobretudo a partir de 2006, ano em que foi lançado o documentário “Uma Verdade Inconveniente” de Al Gore – antigo vice-presidente dos Estados Unidos – realizado por Davis Guggenheim. Desde o alto do Kilimanjaro, passando pela Patagónia, Antártida, entre outros locais, Al Gore expôs a nu o impacto ambiental causado pela atividade humana e denunciou o poder que os lobbies industriais exerciam sobre os meios de comunicação para mascarar a situação que o planeta atravessava – e ainda atravessa.
As empresas não puderam ficar indiferentes a estas correntes e termos como “pegada ecológica” tornaram-se correntes e incontornáveis pelos departamentos de marketing de comunicação de quase todas as empresas. Os processos de produção tiveram de ser repensados, as matérias primas foram em muitos casos substituídas por materiais biodegradáveis, as energias renováveis ganharam uma preponderância enorme face aos combustíveis fósseis. Estávamos perante um cenário empresarial completamente em mudança, mudança essa que se acentuou durante a década seguinte, até aos dias de hoje.
Mas, em 2021, com uma pandemia que afetou praticamente todas as pessoas neste planeta, de forma direta ou indireta, a sustentabilidade empresarial que vinha sendo quase um sinónimo de sustentabilidade ambiental, expandiu-se para outros campos de ação, como o social e geográfico.
O trabalho remoto veio para ficar, os nómadas digitais são cada vez mais comuns e o recrutamento das empresas é feito cada vez mais à escala global. A corrente da sustentabilidade social, garante que as empresas se preocupem (e bem) cada vez mais com o bem-estar dos seus colaboradores. A retenção é cada vez mais aposta das empresas e o equilíbrio entre vida profissional e vida pessoal é um fator que nenhuma empresa pode descurar se quiser manter os seus quadros estáveis e felizes. Estas premissas são particularmente importantes sobretudo em setores como o tecnológico, por serem altamente dinâmicos e onde a procura pelos melhores talentos é global e incessante.
A sustentabilidade geográfica fez com que as oportunidades também cheguem agora a novos lugares. Antes os profissionais altamente qualificados eram obrigados a sair e a procurar “abrigo” nas grandes metrópoles económicas, onde se concentravam as empresas e onde quase exclusivamente havia oportunidades e perspetivas de desenvolvimento profissional. Hoje, vemos centros de competências em cidades do interior que atraem e retêm cada vez mais jovens nas suas localidades e dinamizam áreas geográficas anteriormente abandonadas. Caminha-se para uma homogeneidade de oportunidades a nível geográfico, onde um computador e uma conexão à internet nos tornam aptos a trabalhar para qualquer empresa, em qualquer cidade, em qualquer país.
Às empresas que se neguem a ver esta mudança de paradigma, não se adivinha um futuro promissor e verão certamente os seus melhores profissionais a vestirem outras camisolas em empresas onde a sustentabilidade não seja apenas um chavão. Até as mais resistentes, serão, mais cedo ou mais tarde, forçadas a aderir a este novo cenário empresarial, onde a localização, nacionalidade e fronteiras cada vez importam menos.
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