Rita Reigones // team.consultant
May 30, 2022

Mulheres no IT: um balanço neste mês da diversidade.

A diversidade nas empresas é beneficial para a inovação e produtividade, face à pluralidade de pontos de vista. No entanto, de acordo com a Eurostat, as mulheres constituem apenas 17% das pessoas que trabalham em áreas STEM (Science, Tecnology, Engineering and Mathematics) na Europa; e dessas, apenas 5% ocupam posições de liderança.

A Women in Tech® é uma organização internacional sem fins lucrativos que tem como objetivo o combate a esta diferença através do incentivo às mulheres para apostarem no ramo da tecnologia. Promovem a nível global o empoderamento das mulheres e focam-se em cinco dos dezassete Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela Assembleia Geral das Nações Unidas: #4 - Educação de qualidade; #5 - Igualdade de género; #8: Promoção de crescimento económico sustentável e inclusivo; #9: Indústria, Inovação e Infraestrutura; #10: Redução das desigualdades. Esta organização está presente em seis continentes e tem 70.000 membros.

Em Portugal, a Portuguese Women in Tech foi criada em 2016, e a “The State of European Tech 2020” colocou-a no Top 25 das organizações europeias focadas na diversidade e inclusão.

O trabalho destas organizações ajuda a abrir os horizontes de todos, sendo que desde a infância que somos condicionados nas nossas ambições, de forma positiva ou negativa, e por vários fatores diferentes.

Enquanto terminava o mestrado participei na iniciativa “Engenheiras por um dia”, que visa precisamente este tema, e falámos com estudantes de turmas entre o 7º e 12º anos sobre a nossa experiência. Várias colegas que faziam parte da iniciativa contaram o seu percurso desde cedo, e que quando demonstraram interesse em áreas de engenharia e tecnologia eram incentivadas a seguir outro rumo porque “a engenharia é para homens”. Esta mentalidade está enraizada e ainda muito presente na sociedade. Felizmente não tive essa experiência, mas muitas alunas reportaram o mesmo.

As falhas na inclusão não se limitam à diferença de género. Segundo um estudo da Atlassian, 95% dos trabalhadores do IT nos Estados Unidos são brancos, e 75% são homens. No Reino Unido, as minorias étnicas recebem em média menos 10% do que os trabalhadores brancos. Reconhecer que há um problema é o início e já muitas empresas estão a aplicar esforços para colmatar estas desigualdades.

A tecnologia tem um grande peso na economia e influencia todos os aspetos da nossa vida, o que significa que tem também muita influência no nosso futuro. Metade dos consumidores são mulheres, e as empresas muitas vezes desenvolvem produtos sem esse input. O mesmo acontece com a falta de envolvimento de outras etnias que não os caucasianos.

A inclusão de todos no mundo do trabalho e nos seus processos é uma aposta na continuidade e melhoria dos setores, sendo que todos têm perspetivas diferentes e válidas. Ter mais opiniões vindas de backgrounds diferentes promove a inovação e o progresso. Existe uma grande falta de profissionais qualificados, e o género, religião, etnia e sexualidade, não devem constituir uma barreira, mas sim uma mais-valia para o nosso desenvolvimento como sociedade.

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